O crescimento da demanda por carne orgânica tem forçado até grandes frigoríficos, como JBS, Minerva, BRF e Marfrig, a incluírem em seus portfólios opções desse tipo. Nesse ambiente, os pequenos e médios produtores também podem se posicionar para atender essa demanda por opções mais saudáveis e sustentáveis.  

O diretor de Integração da QIMA IBD, Alexandre Harkaly, falou, em entrevista exclusiva ao portal Food Connetion, sobre como os frigoríficos de todos os tamanhos devem se preparar para ingressar nesse mercado de carne orgânica. 

A seguir, veja como obter as certificações, quais habilitam para exportação, os desafios para habilitação a vendas locais e internacionais e como superá-las. 

Quais as certificações que os frigoríficos devem obter para comercializar proteína animal orgânica?

O produtor deve seguir a Lei BR 10.831/2003 para vender orgânico no Brasil. Além disso, precisa seguir a NOP-USDA para vender orgânico nos EUA e 

A EU 848/2018 para vender orgânico na Europa.

Como eles podem obtê-las? 

Adaptar a produção dos animais e a indústria para orgânico, normalmente com consultoria especializada e passar pela certificação.

Hoje, quais os maiores desafios que os frigoríficos encaram para poder estar habilitados a vender carne orgânica?

Carne orgânica é uma questão cultural. E ainda necessitamos de normas mais adaptadas aos trópicos.

Para vender no Brasil é mais fácil, uma vez que os bezerros não precisam ser nascidos orgânicos bastando passar dois terços de sua vida em manejo orgânico.

Já para vender na Europa e EUA, a regulamentação é mais rigorosa, exigindo que os bezerros sejam nascidos como orgânicos, o que coloca uma demanda de planejamento de no mínimo 5 anos antes de alcançar a primeira venda.

Para a regulamentação NOP-USDA ainda há o desafio técnico pois há uma grande restrição de uso de insumos importantes para a primeira fase do animal, principalmente. 

Como podem superar esses desafios?

Precisa haver um esforço do setor juntamente com pesquisa para criar sistemas experimentais e ajustar e testar novos métodos de produção e produtos. 

O orgânico deveria ser um esforço de todos para que tenhamos um sistema cada vez mais limpo de resíduos e saudável para a natureza e para o ser humano.