Antes de tudo, vamos às definições! Os snacks são alimentos consumidos entre as principais refeições, no lanche da manhã e da tarde. Em alguns casos, podem até substituir o café da manhã, almoço ou jantar. Na verdade, “snack” é um termo americanizado para nosso famoso “lanche”.
Sou uma apaixonada por essa categoria e já estudei diversas pesquisas, artigos e publicações nacionais e internacionais sobre o tema. Após cinco anos mergulhada neste universo, criei uma classificação autoral de subcategorias:
- Biscoitos (doces e salgados);
- Barrinhas (de cereais, de proteínas, cake bars);
- Nuts (nozes, castanhas e mixes em geral);
- Salgadinhos (trigo, milho, arroz, batata);
- Frutas (secas, liofilizadas);
- Doces assados (bolinhos, muffin, brownie, donut, pão de mel, alfajor);
- Pãezinhos (pão de queijo, bisnaguinhas);
- Salgados (fritos e assados);
Considerando os momentos de consumo, segundo um estudo conduzido pela Mindminers em 2022, o lanche da tarde está muito mais presente na rotina do brasileiro do que o lanche da manhã. O lanche da manhã é composto principalmente por frutas (1º), pão e café (2º), enquanto o lanche da tarde é majoritariamente bakery: pão (1°), café (2°) e bolo (3°).
Os snacks industrializados sempre estiveram associados à “não saudáveis”, por conterem (em sua grande maioria) com altos teores de sódio, açúcar adicionado e gorduras saturadas. Eu mesma fui aquela mãe que nunca deixou a filha consumir “bolacha recheada”.
A indústria foi desafiada nos últimos anos a inovar, desenvolver e lançar produtos gostosos, convenientes e saudáveis. Viva! O P&D quando provocado gera milagres e eu adorei viver essa onda junto de indústrias e empreendedores nos últimos anos. E assim foi iniciada a nova era dos snacks saborosos, práticos e mais saudáveis.
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De acordo com a pesquisa da Mindminers 2022, os respondentes disseram que levam em consideração ao escolher um lanche:
- Sabor: sabor e textura são importantes;
- Praticidade: fáceis de transportar e comer na rua, escritório e nos deslocamentos (e engarrafamentos nas grandes capitais como SP);
- Saciedade: o lanche tem que matar a fome, saciar até a próxima refeição;
- Ingredientes;
- Preço;
- Saudabilidade;
- Marca
A marca é o último fator de importância e isso explica a explosão de startups de snacks inovadores e regionais pelo Brasil afora. Em 2021 e 2022 fui mentora técnica de um programa de aceleração da AmazonasCap para a Nutrimental e me surpreendi com tanta empresa pequena e local fabricando produtos saudáveis. Podemos ver e degustar esses e vários outros produtos em feiras como a FiSA.
Apesar disso, a pesquisa mostrou que ainda há muito espaço para as marcas que buscam se posicionar junto à saudabilidade, uma vez que apenas 1/3 dos entrevistados acreditam que é fácil achar opções de snacks saudáveis e que sejam de confiança. Por outro lado, ninguém quer abrir mão do sabor, do prazer, do relaxamento que o ato de lanchar traz.

Eu sempre recomendo aos meus clientes “desenhar” o produto pensando sempre nos benefícios esperados/requeridos em cada momento de consumo.
Por exemplo, se o snack pretende atender ao público que substitui refeições, ele deve trazer nutrição e energia (maiores porções). Se é um lanche para consumir entre o almoço e jantar, ele pode ser mais divertido e indulgente em porções menores (tipo um baldinho de mini “pães de queijo” para dividir com os colegas no café).
Por falar em pão, qual é a importância deste segmento dentro do universo de snacks? Uma pesquisa da Mintel (Snacking Consumption Habits Brazil, 2023) revelou que o pão (puro ou com manteiga, geleia etc.) é o tipo de snack mais consumido no Brasil. Além disso, os sanduiches também estão entre os 10 tipos mais consumidos de snacks.
O pão fornece a sensação de saciedade, mas a sua composição nutricional ainda precisa ser melhorada. Considerando que os consumidores preferem gastar em alimentos nutritivos, opções de pães com mais fibras e proteínas e menos carboidratos podem ganhar maior competitividade versus a concorrência.