*Por Juliana Takahashi, Gerente de Inovação na Kraft Heinz Brasil

A IA veio para ficar e disso eu não tenho dúvida. Um exemplo disso são os dados do relatório “IA na vida real”, realizado pela Talk, que mostra que o Brasil é o 4° país que mais utiliza o ChatGPT no mundo. Mais da metade (63%) dos entrevistados afirmaram usar alguma tecnologia de inteligência artificial, mesmo que não conhecendo profundamente sobre as ferramentas.

Para as empresas, a utilização da IA pode proporcionar grandes benefícios, como maior agilidade nos processos e facilitação das tarefas cotidianas. Ela também se torna uma ferramenta valiosa para estimular a criatividade no desenvolvimento de novos produtos, permitindo que a companhia se destaque em um mercado altamente competitivo. Em meu último artigo, explorei a importância de testar conceitos e produtos, e, nesse contexto, a inteligência artificial se revela uma excelente aliada. Ela não substitui a criatividade humana, mas pode acelerar o processo de geração de ideias e prototipação de novos produtos.

Vejo isso como uma ferramenta essencial para aumentar a probabilidade de sucesso de uma inovação, visto que é possível identificar as melhores formas de dialogar com o público alvo, analisar dados em uma escola muito maior, entender padrões de consumo e, assim, gerar mais valor aos públicos alvos.

Mas, como todo avanço tecnológico, a IA também traz algumas questões interessantes. Um dilema que eu gosto de discutir é sobre a autoria dessas inovações: quem é o verdadeiro criador, o homem ou a máquina? Quando publicamos um post nas redes sociais e sabemos que ele foi gerado por IA, colocamos essa informação para garantir transparência. E, no futuro, será que colocaremos algo semelhante nos rótulos de produtos, dizendo que uma inovação foi criada com o auxílio da IA? Essa é uma reflexão importante, porque estamos entrando em um território onde as fronteiras entre o humano e o tecnológico começam a se misturar de maneira cada vez mais fluida.

A inovação é um equilíbrio entre o humano e o digital. No final das contas, a verdadeira inovação não é só sobre tecnologia ou criatividade, mas sim sobre empatia e execução. Quando conseguimos equilibrar a inteligência humana, a criatividade e o uso inteligente da tecnologia, como a IA, estamos prontos para oferecer soluções que realmente impactam a vida dos consumidores de maneira positiva.

Hoje, para tornar o uso das tecnologias ainda mais responsáveis, a Kraft Heinz conta com uma política interna de IA e ética de dados, em que garante um uso correto por parte dos colaboradores sobre essas ferramentas, sendo um dever de todos os profissionais seguir. E é assim que a companhia consegue se manter na vanguarda da indústria alimentícia, sempre atenta e pronta para evoluir eticamente com o mercado e, mais importante, com as pessoas.

*Sobre a autora: Juliana Takahashi é Gerente de Inovação na Kraft Heinz Brasil, onde lidera projetos voltados para o desenvolvimento de novos produtos e estratégias de mercado. Com formação em Engenharia de Alimentos na Universidade Federal de Santa Catarina, Juliana acumula mais de 15 anos de experiência nas indústrias de alimentos e bebidas. Sua trajetória inclui passagens por empresas renomadas, onde se destacou na implementação de soluções inovadoras e na criação de experiências centradas no consumidor. Juliana é apaixonada por transformar insights de mercado em iniciativas que impulsionam o crescimento sustentável e a relevância das marcas.