Em março, Curitiba recebeu mais uma edição do MOATRIGO, workshop promovido pelo Sindicato da Indústria do Trigo do Paraná (Sinditrigo-PR). O evento reuniu cerca de 400 profissionais da cadeia moageira no Centro de Eventos da Fiep, no bairro Jardim Botânico.

Organizado com o objetivo de fortalecer e capacitar o setor, o MOATRIGO proporcionou uma programação rica em conteúdos estratégicos e oportunidades de relacionamento com palestras e painéis com foco em mercado, inovação e perspectivas para a safra e salas temáticas, onde patrocinadores apresentaram tecnologias e soluções para o setor;

Para entender melhor o que aconteceu no evento, entrevistei o Daniel Kümmel, presidente do MOATRIGO e uma das principais lideranças do setor no Paraná. Confira a seguir:

1. Quais foram os principais temas abordados na edição deste ano do MOATRIGO e por que eles foram escolhidos como prioridade?
Dividimos o evento em dois momentos: a plenária, com foco em marketing, vendas e mercado de trigo, e as salas temáticas, onde patrocinadores trouxeram palestras sobre novas tecnologias, processos e conceitos inovadores.

2. O Paraná tem um papel importante na cadeia produtiva do trigo no Brasil. Como a indústria do trigo contribui para o desenvolvimento da indústria nacional?
O Paraná é o principal parque moageiro de trigo do país, respondendo por cerca de 30% da produção de farinhas. Nossa proximidade com a produção nos permite direcionar as variedades de trigo e gerar liquidez no campo. Isso movimenta toda a cadeia – do campo à mesa do consumidor – com produtos nacionais e de alta qualidade em panificação, massas, bolos, biscoitos e mais.

3. Quais foram as inovações ou tecnologias que mais chamaram atenção nesta edição?
Na plenária, o foco foi no ponto de venda. Já nas dinâmicas, exploramos novas tecnologias para as fábricas, como tipos de envase, novos processos industriais e soluções envolvendo enzimas.

4. Como o Sinditrigo-PR enxerga os desafios da indústria do trigo nos próximos anos, e como o evento se prepara para acompanhá-los?
Enfrentamos uma escassez de mão de obra qualificada. Por isso, trabalhamos para capacitar nossos profissionais e atrair novos talentos para o setor. O MOATRIGO mostra que há oportunidades reais para quem quer ingressar no universo da moagem.

5. Por que a cadeia produtiva do trigo é essencial para o Brasil?
Somos responsáveis pelas farinhas que chegam ao pão nosso de cada dia nas mesas dos brasileiros. O trigo é um dos alimentos mais consumidos do mundo, e no Brasil não é diferente. Mas, para garantir essa qualidade, há muita tecnologia envolvida — do grão ao produto final. O MOATRIGO é o espaço ideal para conhecer e se atualizar sobre tudo isso.

6. Na sua opinião, o que tem sido mais desafiador hoje para quem produz e industrializa o trigo no Brasil?
Vivemos um novo momento fiscal e tributário no Brasil, que pode abrir muitas portas para os moinhos mais eficientes. Estamos diante do fim de um dos maiores obstáculos e isso representa um ganho enorme para o setor.