A indústria de alimentos congelados tem crescido bastante nos últimos tempos. A previsão global para 2029 é um crescimento a um Compound Annual Growth Rate (GAGR) – em português, taxa de crescimento anual composta – de 5,2%. Isto é, a previsão é que este setor específico alcance US$408,05 bilhões em 6 anos.
De fato, o congelamento é um método bem rápido, versátil e conveniente de conservação de alimentos. Isso porque ele é capaz de manter a própria cor, textura e até o sabor original de alimentos de todos os grupos, incluindo frutas, grãos integrais, proteínas e até laticínios.
Sem dúvida, a crescente demanda por produtos alimentícios mais convenientes tem impulsionado bastante o mercado de congelados. Além disso, o mercado global de cadeia fria e a alteração das preferências e gostos pessoais do consumidor apresentou um crescimento considerável nos últimos anos.
Outro ponto interessante para este mercado é a digitalização no setor de varejo e economias emergentes que não para de crescer. Países do Oriente Médio, África, Ásia-Pacífico e América Latina têm oferecido oportunidades interessantes para que este setor se desenvolva cada vez mais.
Mas, mesmo com esse avanço, a indústria de comida congelada ainda enfrenta alguns desafios. A falta de infraestrutura da cadeia fria em economias ainda em desenvolvimento e os requisitos para o monitoramento correto da temperatura dos produtos congelados que são constantemente atualizados podem ser citados como algumas das dificuldades enfrentadas pelo setor.
Consumo de alimentos congelados na América Latina e no Brasil
Um estudo realizado pela Kantar Worldpanel revelou que na América Latina, 33% das pessoas consomem refeições congeladas no cotidiano. Já no Brasil, a porcentagem passa para 61%. Desse total, pelo menos 20% dos brasileiros consomem alimentos congelados frequentemente. Além disso, de acordo com a pesquisa, a classe B é a que mais consome, sendo 43% do total, seguida da classe C com 34%.
Como o mercado de alimentos congelados esteve nos últimos 2 anos?
A projeção de crescimento do mercado de alimentos congelados era de 4,3% entre 2019 e 2024. A Europa foi a maior porção geográfica em 2017 deste mercado, representando aproximadamente um terço do total estudado.
O impulsionamento da indústria de alimentos congelados se dá, especialmente, pela maior renda disponível e pela introdução de produtos com maior vida útil e saudáveis. Além do crescimento da compra por impulso e da demanda maior por produtos congelados para otimizar o tempo.
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Sendo assim, o mercado evoluiu da venda de alimentos crus para os congelados e até mesmo para sobremesas e alimentos prontos das mais variadas categorias. Os bolos e sorvetes são a categoria dominante deste mercado. Os motivos que influenciam no crescimento desse mercado incluem sabores, incluindo doçura, teor de gordura e textura.
A indústria de alimentos congelados durante a pandemia da Covid-19
É fato que o surto de Covid-19 afetou os mais variados tipos de indústrias pelo mundo todo. Isso porque muitos países, estados e cidades decretaram estado de emergência e bloquearam transportes, fabricações e viagens por todo o perímetro que conseguiram, a fim de evitar a propagação do vírus.
Todo o comércio considerado não essencial foi paralisado, assim como instituições educacionais em todos os lugares. No entanto, para a indústria de alimentos congelados o impacto da pandemia foi bastante positivo.
Em 2020, o American Frozen Food Institute declarou que o setor teve um aumento de 21% nas vendas dos congelados em relação a 2019. Já a British Frozen Food Federation afirmou que as vendas dos alimentos congelados no setor varejista aumentaram de £872 milhões para mais de £7 bilhões por ano em 2020 no Reino Unido.
A mudança no estilo de vida nesse período fez com que a venda de produtos congelados aumentasse 75%, incluindo as padarias. As vendas on-line desse mercado também apresentaram um crescimento considerável durante a pandemia.
Influência da indústria de alimentos congelados no cotidiano das pessoas
O mercado dos alimentos congelados é dividido em carnes, aves, frutos do mar, refeições prontas, panificação, legumes, laticínios, frutas e vários outros produtos.
De acordo com o tipo, o varejo de alimentos congelados é segmentado em: cru, semi-cozido e pronto para comer. Porém, baseado no canal de distribuição de congelados, ele é dividido em business-to-business (B2B) – em português, empresa para empresa – e business-to-consumer (B2C) – empresa para consumidor, na tradução literal.
E é especialmente a mudança no estilo de vida das pessoas que contribui para o aumento deste setor de maneira tão rápida e crescente.
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O ambiente acelerado de trabalho e a preferência por refeições congeladas prontas pela sua conveniência contribuem bastante para este aumento. Além disso, a popularidade das refeições congeladas cresce entre a geração mais jovem e adolescentes devido ao fácil acesso.
O que esperar da indústria de alimentos congelados em 2023?
Certamente, 2023 será um ano trabalhoso para o varejo de alimentos e para a indústria de bens de consumo. Quase 3 anos após uma ressaca induzida pela pandemia de Covid-19, a indústria de alimentos ainda passa por grandes mudanças, progressos e reparos.
A inflação dos preços dos alimentos é a mais alta em décadas nos Estados Unidos, com mais de 10% devido, especialmente, à paralisação de várias áreas da economia em 2020. Por isso, os padrões de consumo do comércio foram radicalmente alterados e continuam seguindo estas alterações ainda.
Os inúmeros motivos dessa dificuldade incluem eventos climáticos extremos que influenciam nas colheitas, gripe aviária e até mesmo a invasão russa na Ucrânia. Além disso, as cadeias de suprimentos frágeis e just-in-time que foram construídas para uma previsibilidade favorável ao financeiro, simplesmente não foram capazes de lidar com a realidade atual.
Todavia, o Federal Reserve que elevou 7 vezes as taxas de juros em 2022, afirmou que haverá aumentos adicionais em 2023 também.
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