Dados de uma pesquisa realizada em 2014 pela Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) mostram que de cada dez restaurantes ou bares abertos no Brasil, metade fecha em dois anos. Quando considerado um período de cinco anos, essa proporção sobe para 70%. Isso torna a competição cada vez mais acirrada e pede estratégias de atração e fidelização de clientes. Uma saída para estabelecimentos que vendem vinhos é se valer do conhecimento de seus profissionais e apostar em workshops para os clientes curiosos em conhecer mais sobre a bebida.
Ficou interessado em diversificar a receita com cursos práticos sobre vinhos? Então, descubra agora como fazer a organização com 12 dicas.
- Defina um tema. “Vinhos para sobremesa” ou “Vinhos da região do Maipo (Chile)”, por exemplo. Evite ser genérico demais.
- Você pode começar com apenas um tipo de vinho e apresentar origem, harmonização e demais informações. Para grupos que desconhecem vinho, o padrão de produtos trabalhados em um workshop é de quatro itens. “No máximo oito”, alerta Arthur Piccolomini de Azevedo, presidente da ABS-SP.
- Mario Raul Leonardi, sommelier do Missão Sommelier, explica que workshops podem ser apenas com vinhos ou também acompanhado de pratos. Entre entradas, pratos principais e sobremesas, fala-se de harmonização .
- A quantidade de participantes pode variar. “Já fiz apresentações para 400 pessoas, mas o ideal é ficar entre 60 e 70”, explica Azevedo. O número vai depender da capacidade de acomodação do local.
- O ideal é que todos estejam sentados.
- Evite mesa redonda. Caso não seja possível, utilize metade dela, fazendo com que todos fiquem de frente para o que é apresentado, evitando conversas paralelas.
- Busque apoio de produtores e vinícolas que possam fornecer os vinhos. Assim, evita-se gastar um dinheiro que talvez não retorne.
- Ofereça clima de exclusividade. O estabelecimento pode ter uma área parcialmente isolada para o workshop. Há também casos de locais que não funcionam em determinados dias da semana, mas que podem abrir exceção e receber o evento nesse dia.
- Tenha constância. Organize workshops com frequência para que os clientes não percam interesse ou esqueçam do local e da reunião. “Talvez o primeiro não seja bom de público, mas isso melhora com o tempo”, comenta Leonardi. Opinião semelhante ao da sommelier do Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho) Silvia Mascella Rosa, “Criar uma agenda de degustações também traz de volta os clientes.”
- Divulgue , divulgue e divulgue um pouco mais, recomenda Leonardi.
- Na dúvida entre cobrar ou não? Silvia explica que ao cobrar é preciso oferecer algo além da garrafa de vinho: um aperitivo, um palestrante interessante, um assunto do mundo do vinho que atraia as pessoas ou rótulos diferenciados. E nunca deixar transparecer que a venda está por trás disso. Não cobrar parece mais fácil, porém o engajamento pode ser mais difícil, pois “quem não paga muitas vezes confirma que vai e acaba não indo”. Por outro lado, para um grupo já bem montado é possível fazer a cada quatro reuniões, por exemplo, uma gratuita.
- Ao vender os vinhos apresentados, reduza o preço, porém sem um desconto alto para não parecer que margem de lucro é grande. Mas, deve sim, haver diferença de valor.