A geração Z parece estar dedicada a incluir a rotina saudável e voltada ao bem-estar também na hora de aproveitar festas conhecidas pelo alto consumo de bebidas alcoólicas. Neste ano, a preferência por bebidas desse tipo aumentou consideravelmente no carnaval, bem acima das principais bebidas alcoólicas. 

Em relação ao carnaval do ano passado, as vendas de bebidas não alcoólicas online aumentaram 79,5%. O faturamento dessa categoria no carnaval atingiu 15,9 milhões de reais contra 8,9 milhões de reais em 2024. Os dados são da Neotrust Confi, empresa de soluções em inteligência para o varejo. 

A categoria de bebidas alcoólicas também registrou crescimento no ano, de 26,8%, sendo a cerveja o item mais representativo, com 46,9% e o vinho, o que mais cresceu na comparação com 2024, com alta de 33,1%.

Vanessa Martins, head de Marketing na Confi, chama a atenção para o aumento registrado nas vendas de combos e kits não alcoólicos, com 23,6%. A subcategoria cresceu 621,8% neste ano, saltando de 517 mil reais em produtos vendidos em 2024, para 3,7 milhões de reais em 2025. 

“Os números evidenciam que as pessoas estão dando valor para a hidratação, ainda mais em períodos de temperaturas tão elevadas como os que estamos vivendo. Esse crescimento também pode estar diretamente ligado a uma mudança cultural impulsionada pela Geração Z, que tem consumido menos álcool do que as gerações anteriores, priorizando saúde e bem-estar”, diz Martins.

Assim, essa categoria fica atrás apenas do crescimento dos refrigerantes entre os itens não alcoólicos: avanço de 46,4% em relação ao ano anterior. 

As subcategorias de bebidas alcoólicas que apresentaram maior alta no período foram a de aperitivos (da qual participam também as batidas, coquetéis e bebidas mistas), seguida do Absinto e do Steinhaeger, com 164,3%, 155,1% e 152,6%, respectivamente. 

No entanto, a representatividade de cada uma delas é baixa, não ultrapassando 2,4%, 0,1% e 0,1%, respectivamente, do total de vendas.

Cervejas sem álcool em alta 

Também o disputado mercado de cervejas têm sido um campo de batalha nesse sentido. Heineken e Ambev, duas das maiores produtoras de cerveja do mundo, têm apostado nas versões sem álcool. Uma pesquisa da Nielsen IQ apontou que as vendas de bebidas alcoólicas diminuíram 0,8% em 2023, com as cervejas representando boa parte desse resultado negativo.  

Por outro lado, as cervejas sem álcool ganharam 140 milhões de dólares em faturamento no ano passado, com um aumento da procura de 30% por esse tipo de bebida. A cerveja zero álcool da Heineken vendeu 10% a mais em 2024. Na Ambev, o aumento dessa categoria, com todas as opções que suas marcas oferecem, foi de 20%.

Aumento na produção de bebidas não alcoólicas

Atento ao segmento de bebidas não alcoólicas, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com o apoio da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (ABIR), lançou o primeiro Anuário de Bebidas Não Alcoólicas em 2024, com dados de 2023. 

Foi constatado um aumento de 3,8% nas agroindústrias dedicadas à produção de água de coco, suco e polpa de fruta, totalizando 2.277 estabelecimentos. O destaque principal fica por conta das polpas de frutas, que tiveram mais de 1.300 novas indústrias no período. 

Veja as agroindústrias que mais cresceram no período entre as que produzem bebidas não alcoólicas. 

  • Polpa de frutas: 1.325 agroindústrias
  • Suco ou sumo: 1.027 agroindústrias
  • Água de coco: 251 agroindústrias

Com isso, a produção de bebidas não alcoólicas atingiu a marca de mais de 29 bilhões de litros, sendo o refrigerante o maior representante com 79% do volume total, equivalente a 23 bilhões de litros.

A região Sudeste foi a mais produtiva no quesito bebidas não alcoólicas, com mais de 13 bilhões de litros fabricados.